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O segredo das lagostas e o poder da meditação

Existe uma criatura no fundo do mar que parece guardar um segredo precioso: a lagosta. Diferente de nós, humanos, ela não envelhece como conhecemos. Não é a velhice que a leva à morte. Seu corpo permanece jovem, célula por célula, como se ela tivesse encontrado um código escondido de regeneração contínua.


Cientistas chamam isso de negligible senescence, um tipo de juventude biológica permanente. Intrigados por esse fenômeno, pesquisadores começaram a estudar como o envelhecimento ocorre nos seres humanos. E a resposta está em estruturas microscópicas chamadas telômeros.


Os telômeros ficam nas extremidades dos nossos cromossomos, como aquelas capinhas plásticas nos cadarços dos tênis, que os protegem de se desgastarem. A cada divisão celular, esses telômeros se encurtam. Quando ficam curtos demais, a célula perde sua capacidade de se regenerar. É aí que o envelhecimento começa.

E o que isso tem a ver com meditação?

Tudo.


Em 2013, a pesquisadora Elizabeth Blackburn, ganhadora do Prêmio Nobel, ao lado da psicóloga Elissa Epel, conduziu um estudo com mulheres que meditavam regularmente. Elas descobriram que a meditação não apenas desacelera o encurtamento dos telômeros, mas também ativa a enzima telomerase, que os reconstrói. Ou seja: meditar pode literalmente rejuvenescer nossas células.


Essa foi a linguagem da ciência. Agora, quero compartilhar a linguagem da experiência.

Desde que comecei a praticar yoga, fui lentamente sendo apresentada ao vasto território da meditação. No início, era o corpo que me guiava. Através dos ásanas (as posturas físicas) aprendi a escutar. O corpo é mestre em dizer quando algo precisa parar, quando precisa respirar, quando precisa se aquietar. Descobri que mover o corpo com consciência prepara o terreno para que a mente também encontre repouso.


Com o tempo, compreendi que existem muitas formas de meditar. E que, assim como cada corpo tem seu ritmo, cada mente tem seu caminho. A prática que me escolheu, e que pratico há mais de 9 anos, são as meditações do Kundalini Yoga. Ele une respiração, movimento, foco, som e presença. E me ajuda a habitar a vida de forma mais inteira.


Sim, mais presença.


Estar presente é viver o agora como ele é, e nesse lugar, o corpo respira mais profundo, a mente se aquieta, e algo em nós se regenera. A ciência comprova, mas o corpo sente antes.


Por isso, se você sente que precisa começar, comece simples. Sente-se confortavelmente, feche os olhos por três minutos. Leve sua atenção à respiração.

Inspire contando até 4.

Segure o ar por 4.

Expire por 4.

E repita.


Com o tempo, vá alargando a prática conforme o seu ritmo. Alguns dias, você vai querer ficar mais tempo. Em outros, menos. Não se trata de rigidez, mas de presença.

Não é preciso silêncio absoluto, nem mente vazia. Basta vontade de estar, e voltar. Porque a meditação não exige perfeição.


E talvez seja isso que as lagostas saibam "que a vida não é sobre resistir ao tempo, mas sobre renascer continuamente dentro dele".


Com amor , Fernanda.


Para aprofundar: "O segredo está nos telômeros" Edição Português por Elissa Epel, Elizabeth Blackburn .

 
 
 

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Como faz bem te ler. Sempre são combinações de ideias com palavras ricas de entendimento. A ideia, a mensagem flui e como semente brota dentro de nós. Um novo olhar, uma nova percepção e um bom caminho. Obrigado!!

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