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Nem tudo o que dói é pra ser combatido: compreendendo a ansiedade com o corpo e a consciência

Vivemos em um tempo em que o sofrimento precisa ter cura rápida, o desconforto precisa de distração imediata e a dor emocional é vista como fraqueza. É por isso que, muitas vezes, ao sentir ansiedade, a primeira reação é querer combatê-la, como se ela fosse um inimigo interno que precisa ser eliminado.

Mas e se a ansiedade não for algo a ser vencido, e sim escutado?


Quando a ansiedade começa: o corpo como primeiro mensageiro

A ansiedade não começa na mente, ela começa no corpo. Antes mesmo de pensarmos "estou ansiosa", o corpo já percebeu algo. Ele se contrai, acelera o coração, tensiona os ombros, diminui a respiração. Isso é resultado de uma ativação natural do nosso sistema nervoso simpático, responsável por nos preparar para lidar com ameaças (físicas ou emocionais).

Essa resposta é natural e saudável. É o que nos protege, nos mantém atentos, nos faz reagir a perigos reais. O problema começa quando esse estado de alerta permanece mesmo quando não há ameaça concreta, quando o corpo não consegue sair do modo de defesa, mesmo em situações simples do dia a dia.


A diferença entre ansiedade natural e desregulada

A ansiedade natural é aquela que:

  • Surge diante de algo importante ou novo (uma viagem, uma apresentação, uma decisão);

  • Passa depois que a situação acontece;

  • Não impede a pessoa de viver sua rotina.


A ansiedade desregulada, por outro lado, é aquela que:

  • Surge mesmo sem motivo claro;

  • É constante, cíclica ou acompanha a pessoa ao longo do dia;

  • Traz sintomas físicos (insônia, taquicardia, tensão muscular, problemas digestivos);

  • Afeta relacionamentos, trabalho e bem-estar emocional;

  • Faz a mente ruminar e imaginar cenários catastróficos com frequência.


Quando esse padrão se instala, o corpo está literalmente “preso” em um modo de sobrevivência. E isso não se resolve apenas com força de vontade ou pensamento positivo. Requer autorregulação, escuta e cuidado integrado.


O papel da respiração e da consciência corporal

A boa notícia é que o mesmo corpo que manifesta a ansiedade também pode ser o canal para transformá-la. Práticas como Yoga, respiração consciente (pranayamas), meditação e movimento corporal suave atuam diretamente no sistema nervoso parassimpático, o responsável por restaurar o estado de calma, presença e confiança.

Quando você respira devagar, com intenção, envia um sinal ao cérebro: “está tudo bem agora”. Quando você se move com presença, ancora-se no momento presente e rompe o ciclo de pensamentos repetitivos. Quando você se deita em silêncio após uma prática, permite que o corpo processe emoções que, muitas vezes, a mente não conseguiu nomear.


Um convite ao cuidado, não ao combate

A ansiedade não precisa ser vencida, ela precisa ser compreendida, acolhida e atravessada. Cada vez que você escolhe não reprimir o que sente, mas respirar com isso, você transforma. Cada vez que você se deita no tapete, mesmo com o coração acelerado, e permanece… você está criando um novo caminho interno. Esse caminho é o da escuta, da regulação e do respeito ao seu tempo.


E se, em vez de combater o que dói, você aprendesse a respirar com isso?


Hoje, que tal levar sua ansiedade para o tapete, e permitir que o Yoga te ensine a escutar, liberar e transformar?


A prática começa quando você se permite sentir.


Mas é importante lembrar:

Se a sua ansiedade tem sido constante, te impede de realizar tarefas simples, atrapalha seu sono ou relacionamento com o mundo, isso pode ser um sinal de que o corpo e a mente estão pedindo ajuda mais profunda.


Nesses casos, procurar um profissional da saúde mental é um ato de coragem e amor-próprio. A psicoterapia oferece um espaço seguro de acolhimento, escuta e reconstrução interna, onde é possível compreender as raízes da ansiedade, os padrões emocionais e as feridas que ainda doem.


O Yoga, a meditação, os pranayamas e outras práticas corporais podem ser aliados incríveis nesse processo, pois ajudam a regular o sistema nervoso, reconectar com o corpo e cultivar presença. Mas nenhuma prática substitui o acompanhamento profissional quando a dor já se instalou de forma mais profunda.


Você não precisa dar conta de tudo sozinha(o). Buscar ajuda é um caminho de força, não de fraqueza. E integrar o cuidado da mente com o cuidado do corpo é o que torna a cura possível, real e sustentável.


Que você tenha coragem de escutar o que sente, e sensibilidade para se cuidar com respeito e verdade.


Com amor, Fernanda.


 
 
 

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