Trauma, Corpo e Consciência: um olhar à luz do Kundalini Yoga
- Fernanda Mendes
- há 6 dias
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O trauma não está no evento, mas naquilo que acontece dentro de nós como resposta ao que vivemos. Essa é uma das frases centrais do médico e escritor Gabor Maté, cuja obra nos convida a reconhecer como a dor emocional não resolvida molda nossa saúde, nossos comportamentos e até mesmo a forma como nos relacionamos com o mundo.
Segundo ele, a desconexão de nós mesmos – da nossa essência, do nosso corpo e da nossa verdade – é a raiz mais profunda do sofrimento humano.
Na prática de Kundalini Yoga, reconhecemos que essa desconexão não é apenas emocional ou psicológica: ela é energética. Os traumas se alojam nos tecidos sutis do corpo, tensionam a respiração, fecham o coração e bloqueiam o livre fluxo do prana – nossa força vital.
Muitas vezes, não percebemos que seguimos vivendo a partir dessas feridas: reagindo, nos defendendo, nos retraindo. Criamos formas de ser que protegem, mas também nos afastam de quem realmente somos. E isso gera dor.
A boa notícia é que também existe um caminho de volta. O Kundalini Yoga nos oferece práticas que atuam profundamente no sistema nervoso, na respiração e no campo energético, abrindo espaços de escuta interior e restauração. Cada kriya (sequência de posturas, respiração e som) é uma tecnologia sagrada que ajuda a liberar padrões cristalizados, ativar centros de consciência e ampliar nossa capacidade de presença.
Com o tempo, o corpo deixa de ser um lugar de defesa e passa a ser novamente um templo habitável. A respiração se torna uma ponte entre o inconsciente e o consciente. E o coração, antes fechado para sobreviver, pode começar a se abrir para viver.
Gabor Maté nos lembra que cura é reconexão com o nosso eu autêntico. Kundalini Yoga nos guia com ferramentas milenares para esse reencontro.
Não se trata de apagar o que foi vivido, mas de transmutar. Habitar o corpo com coragem e compaixão é uma forma profunda de reescrever a própria história – de dentro para fora.
Com amor, Fernanda.
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